A jornalista espanhola de origem síria Leila Nachawati foi painelista na manhã desta sexta feira, 9, no Centro de Eventos da PUCRS, durante o 5º Congresso da Cidade. A ação de blogueiros e twitteiros destemidos e sem perfis falsos, atuantes durante a Primavera Árabe, mereceu destaque na explanação de Leila, que é especialista em comunicação, uso das redes sociais e direitos humanos no painel “Democracia, revolução e redes" do 5º Congresso da Cidade.
As ações de mobilização que começaram nas casas com conscientização por meio da Internet, e posteriormente tomaram conta das ruas dos países árabes, foram os cases de mobilização e manifestações populares na Síria e na Líbia, apresentados por Leila Nachawat. As novas tecnologias construídas e não fabricadas foram referências como o diferencial para a efetivação da chamada Primavera Árabe. Um relato sobre as reportagens do canal Bloomberg Tv, que denunciou as torturas dos governos, foram exemplos citados de Leila, que também é colaboradora da emissora de TV Al Jazeera e da rede internacional de blogueiros Global Voices, dedicada à defesa da mídia cidadã de todo o mundo.
No final da sua manifestação Leila fez um relato sobre o uso da tecnologia de espionagem e perseguição do governo, que foi vencida na Síria, com o uso dos celulares e das redes sociais, que apareciam projetados em imagens na tela ao lado de pedras e facas. Outro exemplo citado foi do Exército egípcio que lutou contra sua própria revolução. "Estes governos durante décadas oprimiram a população", concluiu Leila.
Durante o painel, os participantes do 5º Congresso da Cidade também assistiram as explanações do professor da Universidade Federal da Bahia Wilson Gomes, que fez uma abordagem sobre as novas formas de mobilização e participação nos movimentos sociais. “Hoje o novo discurso de mobilização das pessoas acontecem por si só. As pessoas não querem ser usadas por partidos ou organizações, eles se mobilizam por causas. A campanha Eu curto. Eu cuido. é bom exemplo de mobilização por causa”, disse Wilson. O pesquisador sobre Orçamento Participativo e professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Luciano Fedozzi falou sobre Democracia Participativa como instância de decisão da nova sociedade.
Já o secretário municipal de Coordenação Política e Governança Local, Cezar Busatto, usou o seu tempo para abordar a nova forma de organização da sociedade por meio de redes, onde as pessoas agilizam as interações que estão surpreendendo o mundo inteiro, contrapondo o sistema antigo de informação vertical ou pré-definida. "As redes sociais se comunicam e interagem horizontalmente de forma democrática, interativa sem liderança ou chefes", disse Busatto.
Foi excelente a Mesa Redonda, pois podemos interagir com pessoas que vivenciaram as realidades da Primavera Árabe e nos trouxeram suas experiências e expectativas para Porto Alegre.
ResponderExcluirEsta é a cidade que queremos, este é o Estado que queremos, este é o país que queremos, este é o mundo que queremos, que de forma igual, leva o conhecimento e a horizontalidade nas relações entre o povo e seus representantes, dando a cada cidadão a dignidade necessária a seus atos.
"NO MOMENTO EM QUE SOU RECONHECIDO PELO MEU REPRESENTANTE, EU TAMBÉM SOU RESPONSÁVEL POR CUIDAR DAS COISAS PÚBLICAS"
Democracia real Já